segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Dia do Carteiro

Vinte cinco de janeiro de dois mil e dez. Esse dia te faz lembrar algo? Não, não é nada pessoal. Eu não descobri o dia do seu primeiro beijo ou do seu casamento. Aliás, não faço idéia de quais sejam (mas não me leve a mal). Dentre tantas datas comemorativas, somos anunciados apenas sobre aquelas que possam se tornar fontes de lucro para todos os comerciantes (o que é natural, todos nós precisamos ganhar dinheiro, ninguém sobrevive somente de amor).
Hoje não é Natal, nem Dia das Mães, nem Dia dos Pais, muito menos Páscoa, e mesmo que todas essas datas tenham perdido seus reais significados devido à manipulação "televisíaca" e burguesa, ainda as celebramos com vigor e entusiasmo. Hoje é dia do Carteiro! Sim, dia desse homem que faça chuva ou faça sol vai até sua casa entregar a correspondência, e que talvez você tenha o visto uma ou duas vezes.
Sendo sincera, vi carteiros pela cidade pouquíssimas vezes, já que hoje todas as notícias e recados de familiares distantes (ou de qualquer coisa) chegam via internet. E com isso a profissão do nosso querido amigo vem sendo desvalorizada cada vez mais. Não é que ele tenha deixado de fazer seu trabalho de forma nobre, muito pelo contrário. Mas tem sido substituído por máquinas que são consideradas mais velozes e astuciosas. Enfim, esse é um assunto pra outra crônica.
E já que hoje não é uma data considerada "digna" de noticiários e reportagens, desejo apenas um ótimo Dia do Carteiro para todos os carteiros do mundo, mesmo que a maioria deles sequer saiba da existência dessa comemoração. Boa noite.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Os olhos da tecnologia

Talvez seja essa a grande arma utilizada pelos pais do momento: a tecnologia. Essa tal que não nos deixa em paz um minuto sequer, que nos persegue e nos denuncia sem um pingo de consideração. Ah, essa tecnologia... Quantos olhos ela tem?
É quase imperceptível o número de pessoas que não possui um celular, um MSN, um Orkut, e tantos outros meios que nos invadem e contam pra metade do mundo como nós somos, agimos, do que gostamos e o que almejamos pra nossas vidas daqui a dez ou trinta anos. Sim, nos invadem, porque eu também faço parte desse exército de pessoas rendidas a essa tão poderosa tecnologia. E é natural que nos tornemos "bem vistos" pela sociedade devido a todos esses atributos apresentados. Porém, também é natural que outras tantas se recusem a entrar nesse mundo virtual, e nos dêem conselhos do tipo: "Meu filho, cuidado com essas fotos." (comentário típico dos pais ou avós).
Talvez eles estejam mesmo certos, talvez não. É notória tamanha praticidade oferecida devido aos tantos novos meios de comunicação, assim como é lamentável a perda de emoções causadas pelos mesmos. Sim, a perda de emoções, não me olhe com essa cara de espanto. A ausência de um abraço apertado, de um beijo dado com vontade, ou até mesmo de um mero aperto de mão. A ausência de um "Bom dia", que não seja sussurrado como os de costume, de um pequeno afeto demonstrado no fim do dia. Ausências que se tornaram comuns.
Termino mais um texto propondo que comecemos esse ano de forma diferente, quase poética. Dê abraços, beijos, e sorria! Porque sorrir nunca é demais, cura dores emocionais e contagia. Espalhe a felicidade da sua melhor forma, e o dia que deixar de senti-la, aí sim, recorra aos tantos olhos da tecnologia.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Saudade

Saudade: Lembrança grata de pessoa ausente ou de alguma coisa de que nos vemos privados.
Belíssima definição, dicionário. Porém falta sentimento, falta alma, falta lirismo. Saudade é saudade de um amigo que já não se vê, de um avô que a vida levou, de um beijo que não se esquece, de um lugar esplendoroso, de uma época lembrada com carinho. Há diversos tipos de saudade, há até mesmo aquela saudade gostosa de se sentir, que parece corroer o coração de uma só vez, mas que você sabe que logo irá matá-la. Saudades assim ocorrem quando você sabe que irá ao encontro daquele tal amigo, que irá sonhar com aquela pessoa que já se foi,
que irá satisfazer o desejo daquele tal beijo, que irá revirar velhos arquivos e fotos que o deixam mais presentes no passado - se é que isso é possível. Tudo isso são formas de matar a saudade que tanto nos atormenta durante toda uma vida. Saudade de uma música, de uma comida, de alguém que já não se sabe. Porque saudade é exatamente isso: não saber. Boa tarde a todos.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Se

Certamente, alguns amigos próximos ao lerem o nome dessa primeira crônica postada, pensarão: "Ah, lá vem a Helen de novo com essa música!". Pois então, meus caros amigos, não vou escrever a letra da dita cuja, nem homenagear o Djavan (digno de uma homenagem bem maior que uma crônica de uma amadora), e ao menos cantar, o que não é bem o meu forte. E talvez quem não seja tão próximo, ou até mesmo você que não me conhece e entrou nesse site por acaso ou curiosiodade, pode estar pensando: "Ora, mas o que tem demais nessa simples música?".
E é exatamente aí que se encontra o problema. Essa música tem demais. Tem lembranças demais, tem sentimentos demais, tem lirismo demais. Tem tudo demais. E é por isso que em todas as ocasiões possíveis, e até nas impossíveis, lá estou eu chateando um amigo para que peça pra alguém tocá-la em alto e bom tom. Penso que daqui alguns anos nem os cantores de barzinho vão querer tocá-la, já que nunca presenciei uma situação em que eles o fizessem sem o meu repetitivo apelo.
E se eu disser que não faço idéia de como surgiu essa paixão, vocês acreditariam? Pois é, nem eu. Faço idéia sim, e com ela me sinto leve, aliviada. E é isso que todas as pessoas deveriam sentir ao ouvir pelo menos uma música. Seja Djavan, Cazuza ou Calypso, não importa. Libertar-se, movimentar-se, inspirar-se, tudo isso faz parte. Porque é exatamente isso que a música e a poesia causam naqueles que ainda sabem senti-las com prazer.
Bom, peço perdão aos meus queridos amigos que sempre que estão comigo precisam ouvir pelo menos um trecho dessa música, e agradeço à todos aqueles que um dia me homenagearam através dela (mesmo que sob pressão). Obrigada.