segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Cansar

Há tempos que cansam. E talvez tempos como esse devessem chegar com uma frequência quase que em mesma proporção dos tempos em que você não se cansa. Pelo simples fato de que cansar é normal, e a demonstração do cansaço não é um ato pecaminoso. Tem dias que realmente cansa. Cansa acordar cedo, tomar banho no frio, se enrolar numa toalha que nada aquece e correr por toda a casa até chegar ao quarto. Cansa ter de fazer o café, pentear o cabelo e ir ao colégio/trabalho. Cansa estar em sala, cansa estar em casa. Cansa conversar e estar sozinho. Cansa não querer, não saber. Saber e não querer. Querer e não saber. Cansa usar dois pares de meia e dez casacos e ainda assim sentir frio. O frio cansa. Traz uma nostalgia e uma elegância quase que irremediáveis. Mas que passam quando o frio passa.
Tem dias que cansa. Cansa a hipocrisia, a falsidade e a frieza. Sendo que essa frieza não possui relação direta com o tempo frio. O congelamento da alma tornou-se natural até mesmo em dias de sol a pino. E até isso cansa.
Portanto todos os que se dão a oportunidade de cansar recebem hoje o meu aplauso. Pois em meio a toda essa exaustão se levantaram, em tempos frios tomaram banho, se enrolaram em toalhas e foram até os quartos. Prepararam o café, pentearam o cabelo e foram ao colégio/trabalho. Ficaram em sala, ficaram em casa. Conversaram e ficaram sós. Não quiseram, não souberam. Souberam e não quiseram. Quiseram e não souberam. Usaram dois pares de meia, dez casacos e sentiram frio. Mas não desistiram. Nem da elegância e nem da nostalgia. Aplaudo em especial aqueles que realmente se cansaram da hipocrisia e da falsidade, seja em tempos quentes ou frios. E é claro, aqueles que não deixaram suas almas resfriarem, mesmo aos 13º da madrugada quase que congelante do RJ.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Por viver

Vivamos!
E mais, tenhamos fé.
De modo a não desistir em meio aos obstáculos
E mostramo-nos presentes independente de medo ou preguiça

Cuidemos!
Dos nossos familiares e amigos próximos
E tenhamos compaixão por aqueles que não nos desejam o bem
Sem deixar que tal sentimento nos sufoque ou contamine

Amemos!
Que de amor é feito a vida,
E a felicidade jamais nos acompanhará a solo
De maneira tal que entre os sentimentos existe uma parceria, uma espécie de familiaridade

E que durante toda essa caminhada amemos por simplesmente amar,
Cuidemos por simplesmente cuidar,
Sem esperar nenhum tipo de recompensa ou reciprocidade
Mas que jamais vivamos por simplesmente viver

Mais uma vez,
Vivamos!
Como se pudéssemos ser melhores a cada escolha
E como se cada novo caminho nos trouxesse um pouco mais de sabedoria e paz.

domingo, 1 de agosto de 2010

O Astro Hollywoodiano



"Gravar no Brasil foi bom, pois pudemos matar pessoas, explodir tudo e eles (os brasileiros) dizem obrigado", diz Sylvester Stallone, no painel de divulgação de seu filme Os Mercenários, durante a Comic-Con 2010. E se complicou ainda mais: "Obrigado, obrigado e leve um macaco!", disse, imitando a voz de uma pessoa simplória.

Certamente, há inúmeros comentários infelizes (assim como o de Sylvester Stallone) que deveriam ser expostos em outdoors gigantescos em pleno centro das grandes e também das pequenas cidades do Brasil. Quem sabe dessa forma a população pudesse criar a capacidade de desenvolver uma memória que trabalhasse em longo prazo, ou até mesmo um alto poder de crítica às pessoas que se julgam melhores em termos de cultura/educação/convivência (deixando claro que a crítica não está relacionada ao desrespeito). Os comentários do magnífico não pararam por ai, não satisfeito com tudo o que já havia dito, o astro hollywoodiano completa: “Os policiais de lá usam camisetas com uma caveira, duas armas e uma adaga cravada no centro; já imaginou se os policiais de Los Angeles usassem isso? Já mostra o quão problemático é aquele lugar”.
Pois bem, li uma reportagem sobre o assunto em que dizia que o ator conseguiu despertar a ira de inúmeros brasileiros, que após tais comentários sentiram-se ofendidos, e todo aquele blá, blá, blá sem fim. E o que mais me chamou a atenção na tal reportagem feita por "brasileiros indignados” foi a frase de início, realmente chocante, que dizia: “Uma série de declarações infelizes sobre o Brasil durante a Comic-Con despertou a ira dos internautas brasileiros, e colocou Sylvester Stallone no topo da lista dos assuntos mais comentados no Twitter no país e no mundo, o que obrigou o ator a pedir desculpas no fim da tarde”. Isso é mesmo pra ser levado a sério? O protesto brasileiro transformou-se em comentários no Twitter, e a população realmente pensa que o astro se sentiu comovido por tal "manifestação". A situação está realmente problemática, Sylvester. Não há almejo por mudanças, há apenas pessoas “twittando” sem parar e achando que isso fará alguma diferença no futuro do país, ou até mesmo na sua vida. E talvez seja esse o motivo pelo qual os estrangeiros sentem-se tão a vontade ao falar do nosso Brasil sem o mínimo de respeito possível, já que o máximo que faremos será xingá-los no Twitter, e esquecer por completo o ocorrido na semana seguinte. No fim da tarde, após toda a manifestação brasileira nada plausível, Sylvester Stallone deu o seguinte depoimento: “Eu peço desculpas sinceras às pessoas do Brasil. Todas as minhas experiências no Brasil foram fantásticas e eu disse a todos os meus amigos para filmarem lá. Ontem, eu tentei falar algo engraçado, só que me expressei mal. Eu não tenho nada além de respeito por esse grande país que é o Brasil. Mais uma vez, peço desculpas. Amor, Sly”.
Os comentários no Twitter terminaram, Sylvester. Está perdoado.