quarta-feira, 25 de junho de 2014

me piora tudo, menos o coração


Estar com ele me piora tudo, menos o coração. Eu tenho mais espinhas (bem mais espinhas, diga-se de passagem), minha garganta inflama a a cada dois finais de semana e minha paciência esvai-se pelo ar. É como se meu corpo tentasse expulsá-lo de todas as formas, mas não conseguisse. A angústia toma conta de todo o meu ser, não passo um dia sem chorar ou pedir ajuda pra algum amigo me tirar daquele buraco. Me piora tudo, menos o coração. Estar com ele é como comer manga: o gosto até que é bom, mas os fiapos que ficam entre os dentes incomodam e precisam ser tirados com rapidez. Ok! Talvez essa não tenha sido uma metáfora tão boa assim, mas é que ele me piora tudo mesmo.
Estar com ele me faz perder a cabeça, a noção e a civilidade. Estar com ele me piora por inteira, cada poro meu se fecha a cada piada sem graça dele. Cada sorriso falso meu surge após cada mensagem dele que diz: "estou aqui embaixo, desce". Me piora tudo, menos...
Eu detesto o jeito que ele se veste, a maneira como fala e quase os amigos todos. Meus amigos todos o detestam também. Eu detesto a maneira leviana como leva a vida, a bagunça que ele faz na casa e as bebedeiras nos finais de semana. Nós não temos absolutamente nada em comum e ele me piora tudo, menos o...
A minha conclusão — e eu vou mesmo começar um parágrafo de conclusão assim — é: às vezes só o amor não é capaz de sustentar uma relação. Eu gostaria do fundo do meu coração que fosse, mas não é. As não-afinidades podem ser tão perturbadoras quanto a falta de amor. É claro que eu não estou dizendo que as pessoas precisam ser iguais pra se relacionar! Eu só quero dizer que, se o casal não estiver disposto a ceder pelo outro, nada se resolverá. Nada irá pra frente. E eu falo mesmo de arrumar a casa porque as roupas sujas em cima da cama incomodam o seu parceiro, de não ficar bêbado a ponto de cair no chão e passar vergonha, de assistir a uma comédia romântica porque o outro quer, entende? É simples e bonito e fácil assim.

Eu não sei como terminar isso aqui, porque ele me piora tudo, menos... ah, cês sabem.

terça-feira, 27 de maio de 2014

eu gosto de meninas que

usam lacinhos de cabelo amarrados no pulso, saias rodadas e tênis all star. Gosto de meninas que escutam MPB, rock e Sandy e Jr. Gosto da Zooey Deschanel. Gosto da leveza, da simplicidade da coisa toda. De acordar e só ter tempo de escovar os dentes e prender o cabelo e ainda assim estar linda. De ir pra festa de tênis verde e se deparar com mulheres de tubinho e salto alto e ainda assim ser a mais bonita de lá e do mundo todo. De tênis verde. Gosto de camisas jeans que escondem tudo, de saias longas que dizem muito mais. Gosto de unhas curtas que manuseiam um ukelele e que não podem ser maiores pra não machucar na hora de escrever com letra bonita. Gosto da Clarice. Gosto do mistério, da agonia no fundo dos olhos. Da tristeza exalada por cada poro do corpo a cada rasteira. Gosto da graça, de graça. De não se importar. De não querer se importar e não se importar por isso. Gosto da excentricidade. Do enrolar do cabelo no topo da cabeça no fim de um dia cansado. Da unha que não foi feita pela falta de tempo de se acostumar com a bobagem toda. Gosto da Uyara. Gosto de meninas que usam chinelo, que têm o cabelo cacheado e nem pensam em passar perto de uma escova, que dispensam um “bom babado” e são, assim, as meninas mais bonitas do mundo. De tênis verde!

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

amar e amar

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domingo, 23 de junho de 2013

síndrome da bondade




Eu tenho, você tem, o dono da padaria do lado da sua casa tem, seu pai e o meu, sua mãe certamente tem: síndrome da bondade. Que inferno! Sentir ódio virou algo tão abominável quanto matar alguém. Eu sinto ódio todos os dias e não matei ninguém até hoje. Até agora, pra ficar bem claro. É feio sentir ódio até mesmo de situações que, naturalmente, entranham o ódio em você. É feio sentir ódio de pessoas que andam devagar na sua frente e no meio da calçada numa quarta-feira turbulenta e cheia de atrasos. É feio sentir ódio de homens que usam camisetas coladas, colares de prata e dizem “tá ligado, mano?”. Vão se foder! Tenho muito ódio. Tenho ódio de gente que poderia abraçar todas as oportunidades do mundo, mas opta por viver de forma burra e acomodada. Tenho ódio por ser mulher e ter arrancar cada pelo do meu corpo pela raiz de quinze em quinze dias com um raio de uma cera quente pra caralho pra, finalmente, ser aceita por uma sociedade machista, hipócrita e burra. Odeio gente burra. Tenho ódio dos bonzinhos de plantão que insistem em repetir que não podem ver a ex-namorada sofrendo por sua causa enquanto a vadia tá transando com o primeiro boy magia que tropeçou nela na festa e disse “foi mal aê, mina!”. Odeio “mina”. Tenho ódio por não conseguir usar um decote que implore pra que alguém me perceba pelo simples fato de que quero que me percebam pelos olhos. Tenho ódio por perceber que 80% das mulheres mais fodas que eu conheço estão solteiras. Odeio perceber que nem sou tão foda assim e continuo solteira. Tenho ódio da minha autoestima prejudicada que, a cada encontro, me impede de dar o melhor de mim. Tenho ódio supremo de pessoas que escrevem “concerteza”. Odeio gente burra, já disse isso? Tenho ódio de gente que me pede calma enquanto eu preciso demolir todos os prédios da cidade a socos de tanta raiva que sinto, seja lá pelo o que for. Odeio torta de limão, salto alto e fedor de cachorro. AH, tenho ódio de namorados que perguntam "no que você está pensando?". Estou pensando em como alguém pôde te aturar por mais de 10 dias, seu infeliz. Estou pensando em tomar um chá de sumiço e nunca mais ter que olhar pra essa sua cara feia. Aliás, desde quando você é feio assim? Estou pensando numa maneira de acabar com essa merda de uma vez por todas. Hey, cadê a faca que eu deixei logo ali naquela mesa? Odeio que tirem minhas coisas do lugar.

domingo, 26 de maio de 2013

ao normal

E o seu coração volta a bater. E o piscar de olhos de te interessa. E o toque da pele te arrepia. E a respiração te movimenta. E a vida volta ao normal.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

tédio e som

Ia pensar em você de novo. Desisti.
Tô tentando pensar em outras coisas, outros casos. Tentando pensar na vida (sem você) ou na novela das oito.
Tô tentando levar meus pensamentos até outros oceanos, já que o meu barco tá furado e aqui eu não posso mais ficar. Oceanos me lembram Djavan. Tô ouvindo Djavan e pensando de novo.
Vou tentar não pensar em nada. Nem oceanos, nem tentativas, nem desistências e muito menos novela das oito.
Sem músicas. O silêncio me basta.